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Joilson, da CTB: "A atuação do movimento sindical é fundamental" |
Para Joilson Cardoso, vice-presidente da CTB, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) mais nociva à classe trabalhadora e à organização do movimento sindical é a 369/2005. “Essa PEC mexe com a organização sindical e faz uma reforma trabalhista, pela qual acaba com a unicidade e cria a supremacia do negociado sobre o legislado”, ressalta o vice-presidente. Ele explica que essa PEC “incentiva a arbitragem para a solução de conflitos trabalhistas, onde o trabalhador fica ao deus-dará”. Joilson denuncia que “por causa dessa PEC surgiu outro projeto de lei com mais de 350 artigos”.
O dirigente cetebista cita também o Projeto de Lei 4330/2004 “escancara a terceirização, deixando os trabalhadores sem nenhum amparo legal”. Além disso, revive a Emenda 3 que “precariza as relações de trabalho, ignorando todas as conquistas da classe trabalhadora e as leis trabalhistas e permite a transformação do empregado em pessoa jurídica, tirando toda a obrigação patronal pra com o seu funcionário”. Para Joilson, “é a institucionalização da informalidade”.
Ele cita ainda a PEC 252/2000, que “exclui o principio da unicidade sindical e a contribuição sindical compulsória” e a PEC 247/2000 que proíbe a instituição de qualquer contribuição para os não filiados a sindicato, assim como o desconto em folha de pagamento de qualquer contribuição devida quando não autorizada pelo empregado. “São formas de liquidar com o movimento sindical e deixar o trabalho á mercê do capital totalmente”, afirma Joilson.
“É um conjunto de projetos de um Congresso com baixíssima representatividade da classe trabalhadora. Por isso, a CTB permanece atenta para denunciar e impedir todo o tipo de retrocesso na legislação trabalhista. Pelo contrário, lutamos para ampliar nossos direitos”, garante Joilson.
“A conseqüência desse ambiente hostil – que impediu que temas como redução da jornada, fim do fator previdenciário e estabilidade de dirigentes sindicais avançassem – foi a de o movimento sindical começar a agir defensivamente para evitar retrocessos, como a eventual aprovação de matérias contrárias aos trabalhadores”, dizem os estudiosos do Diap. “Além disto, a ausência de diálogo da presidente com as centrais sindicais favorece esse ambiente pró-mitigação dos direitos trabalhistas. Desde a posse de Dilma, as entidades sindicais aguardam uma sinalização da presidente em relação a três pontos que os trabalhadores consideram essenciais: 1) a redução da jornada, 2) a proteção contra a despedida imotivada e 3) o fim do fator previdenciário”, ponderam os dois articulistas.
Ameaças apresentadas em 2011:
PL 948/2011 – impede que o empregado demitido possa reclamar na Justiça do Trabalho.
PL 951/2011 – flexibiliza os direitos trabalhistas dos empregados de pequenas e microempresas.
PL 1.463/2011 – cria o Código do Trabalho e flexibiliza os direitos trabalhistas com a adoção da prevalência do negociado sobre o legislado.
Ameaças apresentadas em 2012:
PL 3.785/2012 – cria o contrato de trabalho intermitente que busca a formalização do trabalho eventual e por hora trabalhada.
PL 4.193/2012 – assegura o reconhecimento das convenções e acordos coletivos prevendo a prevalência sobre o legislado.
PLS 252/2012 – modifica o prazo de duração dos mandatos sindicais e alterar critérios para eleições nas organizações sindicais.
“A atuação do movimento sindical é fundamental para impedir retrocessos e ampliar as conquistas da classe trabalhadora. Ir para as ruas manifestar repúdio a essas atrocidades é fundamental”, preconiza Joilson.
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