segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Opinião - Presidente do SINPOL Maranhão destaca a grave situação do sistema de segurança do Estado

COMENTANDO A NOTÍCIA

Que a situação da polícia civil do Maranhão é crítica, e muito mais crítica ainda no interior, é fato incontestável. Considero a Instituição a qual pertenço ha quase três décadas como um paciente grave que não consegue sair do hospital, entre idas e vindas da UTI para a enfermaria, não consegue ir embora, há muito se esqueceu das cores da parede da sala de estar da sua casa, vivencia somente o ambiente sombrio de um hospital, e assim, vai tocando a vida, a espera de um novo amanhecer.
Amon Jessen é Presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão

Tão critica quanto a estrutura da policia civil é a situação limítrofe dos seus trabalhadores policiais, que são diariamente cobrados e execrados pela população que na ânsia de ter o mínimo de correspondência das suas necessidades buscam com avidez e desesperança algo que não creem, e sem, ou com poucas alternativas fazem as ultimas tentativas. E quando nada se tem, recorre-se de onde não vem...

A falência da policia judiciária do Maranhão não é por culpa dos policiais civis, e sim, do Governo do Estado do Maranhão.

Volto a repetir o velho e cansativo mantra, há 11 anos somos o menor efetivo do pais, ao todo somos somente 2120 policiais, de todos os cargos, e não somente investigadores e escrivães, como muitos pensam; em 136 cidades não existem Delegados de carreira, em 110 não existe nenhum policial civil, Peritos Criminais são raros, pois instituto de criminalística funciona apenas em São Luís, Imperatriz e Timon, no restante é tudo empírico, Investigadores e Comissários de Policia fazendo local de morte violenta, isolamento e até acidente de transito, com ou sem vitima fatal, e muitas cidades o corpo da vitima é transportado na própria viatura, muitas vezes, rasgando a própria legislação processual, que exige o exame ad hoc feito por duas pessoas portadoras de nível superior, tem casos, que não é raro, que quem faz o trabalho “pericial” é o terceirizado, e a secretaria de segurança inteira sabe disso, e fingem não saber, aliás, nem fingem e aceitam pela extrema e cruel necessidade.

O policial civil que responde pelo expediente de uma Delegacia interiorana recebe mízeros R$ 112.40 , algo aviltante e que reflete o preço pelo oficio sacrificante que vai muito além de todas as possibilidades, temos casos hoje, de policiais civis que estão respondendo criminalmente e administrativamente por terem recebido pequenas ajudas financeiras das Prefeituras, outros, por terem utilizado o dinheiro de licenças em prol da própria Delegacia, e a Secretaria de Segurança Pública, não tá nem aí!.

Muito mais do que conhecimento técnico, é preciso equilíbrio. E ambas, faltou ao Deputado Tatá Milhomem, a velha e sofrível esparrela de que a PM prende e a civil solta, não existe mais a figura do preso correcional, preso só se for em flagrante ou por determinação judicial, o resto é ilegalidade.

Quanto ao grupinho de agentes desonestos agindo na cidade, conforme o que afirma o parlamentar, pela ética e decência deveria nominá-los, seria fácil identificar se assim fosse verdade, pois são tão poucos na Regional, e não colocá-los todos na vala comum da desigualdade e tentar sair “por cima” como se fosse o paladino da verdade e da moral.

Iremos fazer uma representação em desfavor do parlamentar, assim como, encaminhar oficio a Delegada Geral para posicionamento institucional, e mesmo que nada disso surja efeito pratico, tanto faz, farei a minha parte, aliado a isso, irei repercutir na mídia, radio e blogs, talvez seja tudo pouco diante do estrago que noticias assim causam, especialmente em cidades do interior, aonde o trabalhador policial fica mais exposto, e por fim, agradeço a Deus por existirem policiais tão perseverantes, confiantes e resignados como vocês que fazem o Maximo para honrar a policia civil do Maranhão.

Amon Jessen
Presidente do SINPOL-MA

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